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Anseios Oníricos

  • Foto do escritor: Rodrigo Ramos
    Rodrigo Ramos
  • 21 de fev. de 2023
  • 2 min de leitura

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Os dias em casa estão cada vez mais reflexivos pra mim, mergulhar na imensidão vazia daquilo que se trata todo meu ser, faz com que cada vez mais eu perceba o quanto há pra conhecer disso, interno, de que faço parte. Não existe nenhum lugar pra chegar dentro da gente, acho, mas a experiência de explorar cada detalhe daquilo que era inconsciente e se tornara visível através de um sonho, de um lapso da fala, sintomas que as vezes se revelam como num tique nervoso, nos meus comentários chistosos que vira e mexe faço pras paredes, ou em teor alcóolico pra alguma pessoa que pode se tornar minha amante e até mesmo minha inimiga, enfim, isso de explorar meu desconhecido é cada vez mais prazeroso.

Não fosse uma coisa afrontosa pra maioria das pessoas, amedrontadora até, eu aconselharia a vida solitária, não porque gosto do sentido de "solitude", acho brega dizer que existe algo positivo no fato de ficar sozinho, é bom pro caminho daquilo que os espiritualistas chamam de iluminação, mas a conclusão é tão óbvia que é incrível perceber como o ser humano busca o outro de forma impulsiva, afinal não servimos pra viver sozinhos. Somos parte de uma coisa só, uma corrente...

Não sei pra você que lê, mas essa chuva épica na Região Norte do litoral paulista, serviu pra ilustrar como o dilúvio da natureza é capaz de nos sensibilizar, nos angustiar e trazer um mal-estar latente que havia se anestesiado com algum paliativo, pra vitrine dos pensamentos. Origem é destino.

Nossa vulnerabilidade é gritante.

E por algum motivo, meu coração trás um equilíbrio que na verdade não era função dele. Minhas emoções são boas em me arrumar problemas, inclusive meus comentários ácidos provocam nas pessoas desconfortos que eu já senti e por isso imagino que a informação nova, a elas, é inofensiva.

Isso me preocupa, sabota o saber e minha condição hedonista de compartilhar o fogo, a luz do conhecimento.

No fim só penso na minha nova ilusão. Dessa vez pode ser algo mágico, porque é dessa forma que entendo. Meus anseios oníricos buscam a ela, desejo sonhar todo dia com aquele rosto, acordo e envio mensagens, recebo uma resposta, um flerte, a interação é completamente virtual. Quando a vejo são poucas palavras, ela é sutil, doce... E cada toque me traz palpitações, metabolismo acelerado, uma energia que me leva pra fora do planeta, eu sorrio de verdade e a imagino em meus braços, deitada no meu peito acelerado e daí carícias, beijando a boca dela, a mais linda que eu já vi... Nada é real, mas me faz esquecer da inutilidade da felicidade, porque eu quero feliz o semblante desse anjo. Então a olho assim e me pergunto: como isso pode ser amor? Eu nunca a tive... Não me interessa a realidade, só esse sonho, nesse propósito.

 
 
 

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