top of page
Image by Rhema Kallianpur

Read me

  • Foto do escritor: Rodrigo Ramos
    Rodrigo Ramos
  • 28 de jul.
  • 2 min de leitura
ree

Um novo episódio da minha vida que tô pronto pra expor, porque sei que não terá tanta notoriedade quanto a mentira que contaram. Que eu faço cagadas homéricas no condomínio que moro não é novidade pra ninguém... Sinceramente, não são graves, na verdade, algumas são, sim, mas não é culpa minha, eu sou apenas um veículo do caos. No entanto, a coisa ganha formato demoníaco pela reincidência e daí já é mais complicado, aquela fita de que a gente repete o erro, sabe? Eu sou repetente.


Bom, dito isso, a quem quer que seja que esteja lendo isso, eu sou um sujeito trabalhador, um coitado que paga impostos e multas sucessivas, homem deboísta, pode crer, talvez, quando você for falar comigo não imagine que eu faça tanta merda, porque não parece, quem me vê imagina que eu tenha uma vida ilibada.


Eis que finalmente aconteceu outra coisa grave mesmo, não foi nenhuma ex minha destruindo as coisas do meu apartamento, ou ameaçando com a faca fazer sushi do próprio braço, não... Isso eu passei uma borracha, a gente sabe que dá pra perder as estribeiras com as coisas que eu digo e pela forma que digo, como se tivesse palitando os dentes, um deboche, que me causa prazer quando sinto que a pessoa tá virando do avesso, só por causa de algumas palavras ali, jogadas ao léu, um nada que se transforma... É aí que eu percebo como o ser humano está doente, eu me incluo, não à toa muitos filósofos, pensadores famosos, desses que são inteligentes mesmo, consideram esse século ridiculamente insignificante pra história da humanidade. Há um empobrecimento da vida psíquica, uma banalização da experiência, COMO SE O SOFRIMENTO NÃO PUDESSE EXISTIR, COMO SE ELE TIVESSE REMÉDIO.


Bom, voltando ao fato, falaram um monte de mim, mas apareceu a síndica na reunião do prédio, com informações bombásticas, falando do evento gravíssimo que me causou embaraço na vila. Ela disse que tinha guardado as gravações das câmeras de vigilância! Eu demorei pra convencê-la a me deixar ver! Obviamente ela guardou porque queria me foder muito fundo mesmo, achei que tinha mijado no jardim outra vez, mas não, ela disse assim: olha o tipo de gente que o Rodrigo traz para dentro do condomínio, um comportamento perigoso, é o limite, assim não dá! Pois é... Quando eu vi as filmagens, fiquei abismado, em primeiro lugar, porque eu não lembrava daquelas partes, mais de uma hora de gravação e eu não lembrava de um minuto, apesar de que algumas cenas eu não conseguiria saber mesmo, não tava nem vendo. E depois por perceber que a síndica me salvou de um julgamento moral, ela que me odeia, foi minha amiga, a gravação é cristalina... Mas no final teve uma parte que vale a pena contar: a menina tava tentando pular o portão, pra dentro! Ela queria pular pra dentro do prédio, mas a caralha tem uma cerca elétrica, depois de infernizar pra sair e de todo tumulto, ela foi subindo a grade e de repente acho que notou a porra da cerca - ficou balançando no ar, lentamente se segurando lá em cima, parecendo no Titanic, refletindo se valia a pena arriscar e tomar aquele choque na nuca. Jack decidiu não pular, mas, no final, morreu congelado mesmo assim.

 
  • Foto do escritor: Rodrigo Ramos
    Rodrigo Ramos
  • 30 de jun.
  • 4 min de leitura
ree

Se cuida pra você não pirar. Diz o amigo! Muita saúde, paz é o que o pessoal, gente boa, deseja pra você no dia do aniversário, saúde do corpo e da mente. Agora como faz isso, né? Tem jeito não, tem que fazer exercícios, comer vegetais, não tomar refrigerante, não usar drogas. Eu sou péssimo em seguir conselhos desse tipo, não entendo porque as coisas que fazem mal pra gente têm em abundância no mundo.

Não tô muito bom em raciocinar coisas fora da minha bolha. Só consigo pensar até ali, sabe? Não penso direito em coisas que não são essenciais pra minha vida. Por exemplo: eu tenho problema com sono, então tento me exercitar quando chego do trabalho, também pra não atrofiar sentado no sofá (cadeiras) e pra que meu cérebro não derreta na frente das telas, múltiplas telas que uso todos os dias. Enfim, penso em me cuidar nesse sentido, então isso tem importância, mas eu cheguei num ponto que preciso de algum fármaco para resolver meu problema insone, sou mais um que faz parte das estatísticas do mundo perverso e pós-moderno, chegando a, sei lá, que outra coisa: O Mundo Cansado, Atravessado, O Planeta Lama, A Sociedade Psicopolítica, A Necropolítica do Cotidiano, A Alienação Profunda, A Aceleração em Massa, O Esborrachamento Coletivo, A Boca Estourada, O Amor Mercantil... O meu tempo indo pro espaço e eu sem fazer nada, só pensando em ganhar dinheiro e contas e pague e nada mais importa, o que será que importa?

Dizem que é a família, eu tenho pouco contato com meus familiares, a gente se afastou muito com o tempo, então, no meu caso, fodeu, porque se o que importa é isso, eles são meus contatos virtuais. Tem gente que diz que o que importa é o amor, daí eu tô lascado, porque já desiludi muita gente com minha loucura, por menos, eu acabei fantasiando amores com gente que me fodeu na bagaceira toda e pensando em me desenganar, entrei em coisas cada vez piores, cavando e escavando buracos nas profundezas do inferno que é essa coisa chamada amor... Então não pode ser isso! Daí vem Jesus, Deus, Alá, essas coisas, Buda é legal, mas não tem nenhuma mulher nisso daí? Tem: Saraswati, gosto dela, uma vez eu pirei numa mulher com a camiseta dessa deusa, anos depois eu estava lá namorando ela, a mulher (uma semideusa, vai...) e, olhando pra trás, acho que foi minha relação mais tranquila! A gente não insistiu porque eu era absolutamente volúvel, inconstante nas minhas relações. Com Deus, no meu caso, funciona muito parecido... Fico me perguntando como que Deus pode ser um cara tão maluco a ponto de castigar a maior parte do planeta e deixar todo recurso na mão do Elon Musk, do Saverin, os caras têm mais dinheiro do que Portugal. Pô caras, não precisa, daí deixar um monte de gente passando fome aqui em Diadema, não preciso ir muito longe, Palestina é triste, trágico, choro, mas Diadema, meu amigo, também é, a cidade quando chove vira pura bosta. Fica o centro da cidade alagado e fedendo, imagina, é o centro! Quem dirá a periferia que cerca ela, ninguém sabe o que fazer, tá todo mundo perdido, gasta, portanto, com o que quer... Escolhe, né? Será que Deus faz isso? Escolhe quem ele quer ajudar e em qual momento? Porque tem hora que eu me sinto ungido, honrado pelos deuses e agradeço Maria, Oxalá, todo mundo! Obrigado meu Deus! Falo isso com alguma frequência, mais até do que pelo amor de Deus, essa última daí eu falei pra síndica do prédio que eu moro, quando as novas multas foram aplicadas, segundo o novo regulamento, feito por um advogado que paguei também, em rateio, as multas vieram em novo formato e de valores exponenciais, na verdade, vai dobrando cada vez que eu faço uma cagada e não precisa ser muita não, como não tinha antes e eu só aprontava, agora se eu arrotar na janela, eu pago com uma tira de coro. Penitências, gente, eu tô sofrendo com isso. O problema é que o pessoal não faz um pio, ninguém. Com exceção de uma casa, com idosos acamados, ao lado do prédio. Eita! Essa daí faz eu repensar nas coisas de Deus, eu espero mesmo que ele guarde por nós, tem hora que me dá medo, enfim, nessa casa de velhinhos e velhinhas, pode sair qualquer tipo de barulho. Fica a madrugada inteira uma senhora lá gritando pra valer! Foda!

Eu não sei como o pessoal não comenta. Temor a Deus, penso, é ele falando com a gente que a coisa pode ficar feia, meus amigos e amigas. Comportem-se!

Nessas horas eu lembro de Freud, apavorando a galera, ele lá com um câncer na boca, fumando loucamente, dizendo que Deus é uma espécie de fantasia infantil, simulando a proteção paterna, materna, enfim, algo criado para fugirmos do desamparo absoluto que nos provém, naturalmente... Se a gente for racionalizar, ninguém sabe, nunca soube e nunca saberá que porra é essa! Exceto se alienígenas esclarecidos venham contar alguma coisa diferente do que a gente já não sabe, a gente vai continuar não sabendo e vamos desaparecer do universo nessa. O bom é que essa coisa é real e tem alguns prazeres nela. Aproveitem! No momento eu prezo pela minha segurança, para que meus inimigos não queiram me morder pelos erros que cometi no passado, rezo pra não tomar multas devido a arrotos colossais e peço que Deus consiga me ajudar a conservar a saúde que me resta. Tenho alguma fé, em alguma coisa que não sei o que, que me faz seguir, não sei pra onde, porque tem coisa que vale a pena.

 
  • Foto do escritor: Rodrigo Ramos
    Rodrigo Ramos
  • 30 de ago. de 2024
  • 1 min de leitura

Atualizado: 20 de mai.

Esse pequeno pedaço da minha vida chamado: correria.




 
  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter
  • YouTube
  • SoundCloud
  • Spotify

© 2025 RODRIGO RAMOS.

bottom of page