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Image by Rhema Kallianpur

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  • Foto do escritor: Rodrigo Ramos
    Rodrigo Ramos
  • 15 de fev. de 2021
  • 4 min de leitura

Esses dias pela manhã no Jornal da Jovem Pan, o sujeito anunciou a matéria da Folha sobre a fabricação da cloroquina pela Fiocruz, com dinheiro público. O comentarista disse:

"Ora é um remédio profilático, com 70 anos de uso, superseguro... O problema é esse corporativismo pra falar de ciência, estamos vivendo numa pandemia, o distanciamento social não tem comprovação científica, o uso de máscaras também não, e acredite se quiser, a vacina também não tem comprovação científica".

Isso foi ao ar, ao vivo, na lata. É a maior audiência do Brasil. Esse cara falou pra milhões de ouvintes no Brasil inteiro. Um delirante? Um alucinado? Aí é que tá o ponto, ele é ouvido por quê? Porque ele acredita nisso, crê no que tá dizendo e ele pode argumentar, ele pensa que tem o dever de informar o povo com esse grande saber que ele detém. Não vê o problema que ele causa, não se vê extremista, ele se vê profundo, íntegro. É a extrema direita no poder mesmo, então pode esse tipo de coisa... Ele vai fundo na conspiração e na paranoia.

Mas assim, nós nunca ouvimos por aqui uma militante do movimento negro na rádio, na TV aberta, no Jornal da Cultura, da Globo, quem dera então uma extremista delirante como a Lumena, a famosa agora do BBB. Vocês nunca viram assim escancarado na mídia, aliás, viram parecidinha, morta de tiro e ninguém sabe o motivo ainda... Mas a gente vê militância na Universidade pública, tem várias, um monte mesmo, na internet também, no boteco surtando com o garçom, bem louca, ou algum chapado, como eu, num condomínio de burguês, chamando o síndico de racista. É esporádica essa visão, as vezes tem. Mas nem mesmo um desses comunistas de verdade, chegando ali no JN socando o verbo na goela da classe média em horário nobre... Nem o Boulos, quando ele teve a oportunidade se fantasiou de bom moço. Fez certo, quase deu.

Então que isso é novidade, militância black na pauta. O Black pra fazer diferença aqui tem que dar sorte, ficar rico e ficar quieto pra virar exemplo, não pode falar, o exemplo é o de ser, o trabalho, o caráter. Reparem! Nem funkeiro milita assim, afinal as dançarinas são brancas... Mas agora no BBB tem dessas, só que as mulheres ali não tão numa situação de poder. Quem manda ainda é o branco. Elas são só personagens do filme que o branco dirige, elas têm então uma pequena liberdade artística. Isso causa a impressão falsa de que o comentarista da rádio e elas, Lumena, Conká e essas figuras, são oposições extremas, mas isso não é o que parece pra mim.


O Governador de São Paulo ligou pra discutir ao vivo com esse jornalista da Jovem Klan, que aliás mora nos Estados Unidos, numa casa com uma big library e apple products on the desk. O Lucas Penteado mora num quase conjunto habitacional.

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Só que existem várias formas de entender o Brasil no contexto da discriminação racial, tem de tudo, gente que não acredita nisso, gente que só fala disso, aliás existem vários pretos no Brasil e no mundo, cada um tem um jeito de ser, de viver a vida, de lutar ou não pela igualdade... Você pode acreditar no voto, mas seu voto vale o mesmo um voto do Sérgio Camargo, atual Presidente da Fundação Palmares. E o pior, ele é tão black quanto o Malcolm X. Vote certo então, você pode dizer, esse é um ponto de vista, o pensamento político.


Tem o pensamento social, que entende a pobreza e a riqueza, o pensamento meritocrático, que se atenta ao esforço da pessoa e tem o meu pensamento.


O ponto de vista que atento é: O colonizador é branco, o que ele vende? Que o mundo é branco, o avanço, a parada boa, o desenvolvimento, a democracia, o colonizador mostra um Jesus branco, agora moderno ele vende o Game of Thrones que é uma série maravilhosa e branca, vende o Superman, a Lady Diana, a Cinderela, o Seiya de Pégaso, ele é a lei, vejam os Ministros do STF todos bem branquinhos, vejam a estrutura montada desde a colônia, é isso que tá posto... Isso sequela as pessoas, todas elas, inclusive os blacks, que também querem entrar no baile com suas máscaras brancas.

Quando a gente estuda um pouco do movimento pós-abolicionista, que é uma lei branca também, (do período colonial o que se sabe é da barbárie, sabe-se da violência extrema aplicada do ser para o ser. Não só o corpo Black foi tomado, a mente também) enfim o que se vê na pós-abolição brasileira e atrasada? Que o Black teve direito de nada durante muitos anos, o direito de morrer silenciosamente na miséria, o legítimo miserável, mas agora o que há? Uma tentativa, um remorso, só que tá tudo desigual, então estão tentando, mas o Black tá como? Mordido, com vontade de luta, de ganhar na porrada a liberdade, não ganhar pela Princesa Isabel... Só que assim: é ser humano, é tudo gente, tudo, tudo igual... Você não pode esperar de uma pessoa um comportamento sobrenatural.

E o movimento negro não tem unidade mesmo, não tem uma voz, um líder, porque vejam, ora, ninguém fala pela unidade branca no mundo, isso não existe.

 
  • Foto do escritor: Rodrigo Ramos
    Rodrigo Ramos
  • 22 de jun. de 2020
  • 1 min de leitura

Atualizado: 31 de dez. de 2020

Tô aqui testando umas coisas pra poder escrever bobagens, delírios, coisas do meu pensamento. Claro, são essas coisas que me influenciam a fazer música.

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Tenho muita vontade de escrever um livro, um dia... Quem sabe? Mas acontece que, não sei se você repara, mas é quase impossível escrever 10 páginas de qualquer coisa sem parecer um retardado que não sabe escrever, português é muito difícil e fazer sentido é mais complicado ainda.


Então fico aqui, assim, escrevendo coisas que me surgem na cabeça. Numa baita azia, tô me tratando, tomo chá, tenho cuidados médicos, eu me cuido, sou meio hipocondríaco, imagina. Essa pandemia tá me causando azia sempre, um nervosinho e pronto, uma coxinha daquela, pimba! Um vinhozinho dá ruim, tô podendo nada, já foi pior, agora no final do ano sinto só neurose mesmo. Por isso fazer música é tão legal, já que me distrai e eu não fico comendo que nem maníaco... Coisa muito boa também, comer que nem maníaco.



 
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